Retrospectiva multimídia do cartunista
Claudius
EXPOSIÇÃO
CLAUDIUS: QUIXOTE DO HUMOR
Local: SESC Santo Amaro
Endereço: Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo/SP
Telefone: (11) 5541-4000.
Abertura para convidados: 7 de maio, às 20h.
Exposição: de 8 de maio a 27 de julho.
De
terça a sexta, das 11h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
Curadoria: Claudius Ceccon / Produção e
Montagem: SuperUber
Classificação indicativa: Livre.
O design de cada painel mistura imagens, frases e
telas. A paleta de cores principal é inspirada nos desenhos de Claudius, e cada
cor representa um tema de sua obra: política, educação, sustentabilidade,
cidade. Na altura das crianças, os painéis exibem desenhos infantis (SuperUber)
Multimídia
e interativa, Claudius: Quixote do Humor reúne imagens e frases que
marcam seus mais de 50 anos de trajetória ininterrupta no jornalismo. Ele
próprio assina a curadoria. Já a produção e a montagem da mostra fica a cargo
da SuperUber.
Para
Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC em São Paulo, “o trabalho de
Claudius consolidou o importante papel do humor e do cartum no auge da
transformação política brasileira nos anos 1960 e 1970. Essa vertente educativa
transcorre durante toda a sua trajetória e se faz presente nos seus 50 anos de
carreira”.
Claudius:
Quixote do Humor é dividida em módulos cenográficos, como se fossem folhas
de papel espalhadas pelas paredes da unidade. A paleta de cores principal cobre
esta área – e cada cor representa um tema de sua obra.
“As
obras foram escolhidas pelo conteúdo da mensagem, pela criatividade do desenho,
ou por ambas as coisas”, conta Claudius.
Numa
alusão ao título da exposição, pegadas de cavalo levarão os visitantes a um
grande pórtico com a forma do Quixote, que os convida a entrar. Da entrada,
eles verão “Constelações”, onde poderão interagir com seus movimentos: enquanto
flutuam na tela, os desenhos de Claudius podem ser tocados e se tornam
animações, outros desenhos e palavras.
Uma
entrevista de Claudius ao documentarista Eduardo Coutinho e um show de cartuns
também serão apresentados em telas colocadas na área de exposição, em loop.
Outro
elemento de interatividade é o “Mural Digital”. A tela é controlada por um
totem, onde o público pode desenhar e escrever com os dedos. Esta produção
entra randomicamente nos painéis e se torna um mosaico de registros, inspirados
e misturados com a obra do artista.
“O
desenho de humor é muito mais livre que uma foto ou um filme. O humor pode usar
a linguagem da fantasia, do surrealismo, pode fazer sínteses impossíveis por
outros meios, desvelar mecanismos escondidos, abrir as cabeças por meio do
riso”, afirma o artista.
Sobre Claudius
Nascido
em Garibaldi (RS), Claudius Ceccon desenha desde a infância, numa família que
já se inclinava para o desenho. É arquiteto, designer, cartunista, escritor e
ilustrador. É um dos fundadores e, atualmente, diretor da organização Centro de
Criação de Imagem Popular (CECIP), produtora de conteúdos educacionais.
Iniciou
sua vida profissional como chargista aos 19 anos, quando seus desenhos
começaram a ser publicados no Jornal do Brasil (RJ). Dali para a revista
Manchete, na qual foi titular da página de humor durante 15 anos. Suas charges
já foram publicadas no que ele chama de Circuito Elizabeth Arden da
Imprensa Brasileira (Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Folha
de S.Paulo e O Globo) sem esquecer de A Noite, do Diário
Carioca, do Correio da Manhã e d’O Pasquim, do qual foi um dos
fundadores, ao lado de Jaguar, Prósperi, Tarso e Sérgio Cabral.
Colaborou
com inúmeras revistas, além da citada Manchete: Mundo Ilustrado, O
Cruzeiro, Pif-Paf, Revista da Semana e essa, de nome impróprio: Bundas.
Atualmente, colabora regularmente para a revista Caros Amigos, para a
edição brasileira do Le Monde Diplomatique e para o suplemento
“Ilustríssima”, da Folha de S.Paulo.
Seu
primeiro engajamento com a comunicação popular aconteceu durante seu exílio
político voluntário, em Genebra, na década de 1970. Na época, era Secretário
Executivo de Comunicação de uma organização internacional, a WSCF World Student
Christian Federation, e se tornou amigo de Paulo Freire, com quem, e mais um
grupo de amigos, fundou o IDAC, Instituto de Ação Cultural.
O
exílio voluntário se tornou mais concreto ao ser aconselhado a não voltar –
toda a turma do Pasquim estava na cadeia – só faltava ele. Terminado seu
mandato na WSCF, Claudius dedicou-se a projetos do IDAC, na Europa e na Africa,
foi professor adjunto na Escola de Arquitetura da Universidade de Genebra,
correspondente de Veja junto à sede europeia, da ONU, correspondente do Pasquim
e fez frilas para várias organizações internacionais da família das Nações
Unidas, o que contribuiu para disseminar seus desenhos mundo afora.
Uma
preocupação que o acompanha até hoje, a democratização da informação, levou-o a
criar o CECIP na década de 1980, com uma proposta inovadora para a época – o
uso do vídeo em comunicação popular, com profissionais de primeira linha. Isto
possibilitou que fossem feitas experiências em educação até então inéditas. Ao
longo de seus quase trinta anos de existência o CECIP vêm realizando, além de
vídeos e filmes sobre a realidade e a cultura brasileiras, materiais educativos
e formação de educadores, jovens e agentes sociais.
O
CECIP realiza ainda projetos de inclusão digital com alunos de escolas públicas
do Rio de Janeiro. A lista de projetos realizados pela ONG e prêmios recebidos
é extensa. Entre mais de uma centena há o Prêmio Itaú-UNICEF Educação &
Participação; categoria Mobilização pela Educação, para o Projeto Estatuto do
Futuro. Além do Certificado de Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil,
para o Projeto ‘Botando a Mão na Mídia’, que, a partir de oficinas, estimula
uma leitura crítica dos meios de comunicação de massa.
Entre
os filmes que foram exibidos no circuito cinematográfico estão os premiados e
elogiados pela crítica ‘Santo Forte’ e ‘Babilônia 2000′, documentários de
Eduardo Coutinho (um dos fundadores do CECIP) e ‘Bendito Fruto’, uma comédia
dirigida por Sérgio Goldenberg. A ONG já produziu uma série de documentários,
em coprodução com a BBC, o Channel 4, o Canal Plus, ARTE, e a ZDF, todas
televisões europeias.