No mês de outubro, o Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina participou do III Encontro Pan-Americano de Jogos e Esportes Autóctones e Tradicionais. A capital tocantinense foi escolhida como palco da atividade, onde sua programação foi organizada pela Universidade Federal de Santa Maria em parceria com a Universidade Federal do Tocantins e contou com a participação de representantes nove países – Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá e Peru - e ainda estados brasileiros - representando o estado de Santa Catarina estiveram presentes além do MBISC, o Museu da Infância de Criciúma/UNESC e o Museu de Caça e Tirode Blumenau.
Com o intuito de resgatar a tradição e valorizar a cultura dos jogos tradicionais, o evento contou com a presença de Museus do Brinquedo de todo o Brasil (de Universidades e de acervos particulares), associações de brinquedos ameríndios (incluindo América Latina e Caribe) e também de pesquisadores de Universidade Federais e Estaduais. Desta forma o evento desenvolveu-se com reuniões de trabalho, troca de informações e planejamento de ações coletivas em torno dos jogos tradicionais de povos das Américas. De acordo com uma das organizadoras do evento, a professora Elizara Carolina, este é um movimento mundial para reconhecer a importância dos jogos tradicionais dos diferentes povos, por isso participam do evento pesquisadores de diversas Universidades do país, representantes de Associações e de Museus ligados aos Jogos Tradicionais, além de jogadores.
Além da participação em palestras e seminários, o MBISC também procurou divulgar um pouco da nossa Ilha com as brincadeiras infantis de Franklin Cascaes, que mesclam cultura luso-açoriana, negra e indígena, sendo formadoras do imaginário da Ilha de Santa Catarina. Durante o evento, o MBISC recebeu doações de brinquedos de diferentes instituições participantes, tais brinquedos em breve serão integrados ao acervo, enriquecendo-o ainda mais.
Paralelo ao evento do Encontro, também aconteceu a 1ª edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, da qual o MBISC também participou. O evento teve a participação de mais de 2mil atletas de 30 países. Além dos indígenas do Brasil e das Américas, estiveram presentes povos da Nova Zelândia, Congo, Mongólia, Rússia e Filipinas. O Brasil foi representado por 24 etnias - entre elas os Xerente (os anfitriões, do Tocantins), Bororo Boe (Mato Grosso), Asurini (Pará), Pataxó (Bahia) e Canela (Maranhão) - em diversas modalidades.
Os esportes indígenas cumpriram a maior parte da grade do evento, com jogos tradicionais demonstrativos ou jogos nativos de integração. Além dos esportes, as atividades culturais também foram de grande representatividade, onde celebraram a diversidade, a cultura nativa e as tradições do mundo.O objetivo do encontro foi dar maior visibilidade e reconhecimento à presença e importância dos índios na sociedade, pois além de ser um evento “esportivo”, foi também um festival de cultura, de mostra da agricultura familiar e arte indígena, tudo isso dentro do contexto da modernidade.
Desde 1996, por iniciativa indígena brasileira e com o apoio do Ministério do Esporte, são realizados, nacionalmente, os Jogos dos Povos Indígenas. O evento é tido como importante mecanismo de execução e consolidação de políticas públicas para valorizar, promover e fomentar a diversidade cultural dos povos indígenas, de suas tradições, línguas, manifestações e representações artísticas e culturais. Este foi o primeiro ano da edição internacional dos Jogos - as etnias foram selecionadas pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), sob critérios como a conservação dos costumes, o idioma, as crenças, os ritos, as pinturas corporais, a música e os esportes tradicionais dos povos.
Para o MBISC foi além de prazeroso, importante fazer parte de tais eventos pois a história do mesmo também está fortemente ligada a cultura e história indígena.
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